CORNÉLIA PASSOU A MÃO NA TESTA, CAIU NA CADEIRA DIANTE DO TOUCADOR...



Cornélia passou a mão na testa, caiu na cadeira diante do toucador.

- Que é que você tem?

- Nada.

Um ameaço de tontura.

- Você não almoçou?

- Não. Nem cheiro da comida eu suporto..

Isaura olhou bem para a irmã. Teve pena da irmã.

- Será possível, Cornélia?

Levantou a testa da mão. Deixou cair a testa na mão.

Então Isaura não se conteve e começou a dar conselhos em voz baixa. Não fosse mais boba. Havia um meio. E mais isto. E mais aquilo. Não tinha perigo não. Fulana fazia. Sicrana também. Ela Isaura (nunca fez, não é?) mas se precisasse faria também, por que não? Ninguém reparava. Pois está claro. Religião. Que é que tem religião com isso? Estarem ali se sacrificando? Não.

Mas Cornélia ergueu o olhar para a irmã, fez um esforço de atenção:

- Não é o choro da Finoca?

Não era. Parecia que sim. Era sim. Não era. Era no vizinho.

- E então?

- Isso é bom para as mulheres de hoje, Isaura. Eu sou das antigas...

Insensivelmente a gente abaixa os olhos.

Está bem. Desculpe. Não se fala mais nisso. Até loguinho, Cornélia. Eu mando o automóvel já. Até loguinho. E muito obrigada, sabe:

A irmã já estava longe quando ela respondeu devargarzinho:

- Ora... de nada...