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Desembargador. Um metro e setenta e dois centímetros culminando na
careca aberta a todos os pensamentos nobres, desinteressados,
equânimes. E o fraque. O fraque austero como convém a um
substituto profano da toga. E os óculos. Sim: os óculos. E o
anelão de rubi. É verdade: o rutilante anelão de rubi. E o todo
de balança. Principalmente o todo de balança. O tronco teso, a
horizontalidade dos ombros, os braços a prumo. Que é que carrega na
mão direita? A pasta. A divina Temis não se vê. Mas está
atrás. Naturalmente. Sustentando sua balança. Sua balança: o
Desembargador Lamartine de Campos.
Aí vem ele.
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