![]() |
![]() |
III Mas ai! volvei, Senhora, os vossos belos olhos ... |
III Mas ai! volvei, Senhora, os vossos belos olhos Daquele mar de abrolhos, a um novo quadro! olhai! Do vasto salão gótico eu ergo o reposteiro... O lar é hospitaleiro... Entrai, Senhora, entrai! Estamos na média idade. Arnês, gládio, armadura Servem de compostura à sala vasta e chã. A um lado um galgo esvelto ameiga e acaricia A mão suave, esguia — a loura castelã. Vai o banquete em meio... O bardo se alevanta Pega da lira... canta... uma canção de amor... Ouvi-o! Para ouvi-lo a estrela pensativa Alonga pela ogiva um raio de langor! Dos ramos do carvalho a brisa se debruça... Na sala alguém soluça... (amor, ou languidez?) Súbito a nota extrema anseia, treme, rola... Alguém pede uma esmola... Senhora, não olheis!... Assim nos tempos idos a musa canta e pede... Gênio e mendigo... vede!... o abismo de irrisões! Tasso implora um olhar! Vai Ossian mendicante... Caminha roto o Dante! e pede pão Camões. |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |