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A dama loura olhou-o profundamente, teve um leve suspiro... |
Uma vez, estava no corredor estreito e escuro a conversar com Nicolau, quando mesmo ao pé abriu-se a porta a um dos quartinhos e uma linda criatura loira chamou: - O senhor banhista, venha cá. Nicolau adiantou-se. - Não, o outro. Sim, você mesmo. Geraldo sorriu enleado. Tomavam-no por banhista! Ele, um estudante, um acadêmico! Mas, ao mesmo tempo que o fato o humilhava um pouco, sentia um desejo imprevisto e romântico de se deixar passar por banhista e ter assim a sua primeira façanha de estudante. Os estudantes são todos levados da breca! Apertou o braço do Nicolau, disse-lhe em calão de Nápoles que o deixasse, e aproximou-se. A dama loira estava já vestida para o banho. - Não quero mais aquele banhista velho. Há cinco dias que tomo banho e logo no primeiro pedi-lhe conservar-se o quarto seco. Não há meio. Veja só. Fica você. Quer? Geraldo curvava-se, sem uma palavra. A dama loira abriu a bolsa de prata, tirou uma nota. - Tome. Não quer receber? Ora esta! Receba. Para esquentar. Ande lá. - Grazzie, signorina... - Diga: é italiano? - lo sono venuto da Napoli fa tre anni... - Ah! bem. E quantos anos tem de idade? - Vinte e due. A dama loura olhou-o profundamente, teve um leve suspiro, e ainda indagou: - Como se chama? - Túlio. |
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