O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º
É facultada aos participantes que ingressarem a partir de 1º de janeiro
de 2005 em planos de benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas modalidades
de contribuição definida ou contribuição variável, das entidades de previdência
complementar e das sociedades seguradoras, a opção por regime de tributação no qual os
valores pagos aos próprios participantes ou aos assistidos, a título de benefícios ou
resgates de valores acumulados, sujeitam-se à incidência de imposto de renda na fonte
às seguintes alíquotas:
I - 35% (trinta e cinco por
cento), para recursos com prazo de acumulação inferior ou igual a 2 (dois) anos;
II - 30% (trinta por cento),
para recursos com prazo de acumulação superior a 2 (dois) anos e inferior ou igual a 4
(quatro) anos;
III - 25% (vinte e cinco por
cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 4 (quatro) anos e inferior ou
igual a 6 (seis) anos;
IV -
20% (vinte por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 6 (seis) anos e
inferior ou igual a 8 (oito) anos;
V - 15% (quinze por cento),
para recursos com prazo de acumulação superior a 8 (oito) anos e inferior ou igual a 10
(dez) anos; e
VI - 10% (dez por cento),
para recursos com prazo de acumulação superior a 10 (dez) anos.
§ 1º O
disposto neste artigo aplica-se:
I - aos quotistas que
ingressarem em Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI a partir de 1º
de janeiro de 2005;
II - aos segurados que
ingressarem a partir de 1º de janeiro de 2005 em planos de seguro de
vida com cláusula de cobertura por sobrevivência em relação aos rendimentos recebidos
a qualquer título pelo beneficiário.
§ 2º O
imposto de renda retido na fonte de que trata o caput deste artigo será definitivo.
§ 3º Para
fins do disposto neste artigo, prazo de acumulação é o tempo decorrido entre o aporte
de recursos no plano de benefícios mantido por entidade de previdência complementar, por
sociedade seguradora ou em FAPI e o pagamento relativo ao resgate ou ao benefício,
calculado na forma a ser disciplinada em ato conjunto da Secretaria da Receita Federal e
do respectivo órgão fiscalizador das entidades de previdência complementar, sociedades
seguradoras e FAPI, considerando-se o tempo de permanência, a forma e o prazo de
recebimento e os valores aportados.
§ 4º Nos
casos de portabilidade de recursos e de transferência de participantes e respectivas
reservas entre planos de benefícios de que trata o caput deste artigo, o prazo de
acumulação do participante que, no plano originário, tenha optado pelo regime de
tributação previsto neste artigo será computado no plano receptor.
§ 5º As
opções de que tratam o caput e o § 1º deste artigo serão exercidas
pelos participantes e comunicadas pelas entidades de previdência complementar, sociedades
seguradoras e pelos administradores de FAPI à Secretaria da Receita Federal na forma por
ela disciplinada.
§ 6º As opções mencionadas no § 5º deste artigo deverão
ser exercidas até o último dia útil do mês subseqüente ao do ingresso
nos planos de benefícios operados por entidade de previdência complementar,
por sociedade seguradora ou em FAPI e serão irretratáveis, mesmo nas
hipóteses de portabilidade de recursos e de transferência de participantes
e respectivas reservas. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 7º Para
o participante, segurado ou quotista que houver ingressado no plano de benefícios até o
dia 30 de novembro de 2005, a opção de que trata o § 6º deste artigo
deverá ser exercida até o último dia útil do mês de dezembro de 2005, permitida neste
prazo, excepcionalmente, a retratação da opção para aqueles que ingressaram no
referido plano entre 1º de janeiro e 4 de julho de 2005. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
Art. 2º
É facultada aos participantes que ingressarem até 1º de janeiro de
2005 em planos de benefícios de caráter previdenciário estruturados nas modalidades de
contribuição definida ou contribuição variável, a opção pelo regime de tributação
de que trata o art. 1º desta Lei.
§ 1º
O disposto neste artigo aplica-se:
I - aos quotistas de Fundo
de Aposentadoria Programada Individual - FAPI que ingressarem até 1º de
janeiro de 2005; e
II - aos segurados que
ingressarem até 1º de janeiro de 2005 em planos de seguro de vida com
cláusula de cobertura por sobrevivência em relação aos rendimentos recebidos a
qualquer título pelo beneficiário.
§ 2º A opção de que trata este artigo deverá ser formalizada
pelo participante, segurado ou quotista, à respectiva entidade de previdência
complementar, sociedade seguradora ou ao administrador de FAPI, conforme
o caso, até o último dia útil do mês de dezembro de 2005. (Redação
dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 3º Os
prazos de acumulação mencionados nos incisos I a VI do art. 1º desta
Lei serão contados a partir:
I - de 1º
de janeiro de 2005, no caso de aportes de recursos realizados até 31 de dezembro de 2004;
e
II - da data do aporte, no
caso de aportes de recursos realizados a partir de 1º de janeiro de
2005.
§ 4º
Aplica-se às opções realizadas na forma deste artigo o disposto nos §§ 2º
a 6º do art. 1º desta Lei.
§ 5º Os
valores pagos aos próprios participantes ou aos assistidos, a título de benefícios ou
resgates de valores acumulados, antes da formalização da opção referida no § 2º
deste artigo, sujeitam-se à incidência de imposto de renda com base na legislação
vigente antes da edição desta Lei.
Art. 3º
A partir de 1º de janeiro de 2005, os resgates, parciais ou totais, de
recursos acumulados relativos a participantes dos planos mencionados no art. 1º
desta Lei que não tenham efetuado a opção nele mencionada sujeitam-se à incidência de
imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), como antecipação do
devido na declaração de ajuste da pessoa física, calculado sobre:
I - os valores de resgate,
no caso de planos de previdência, inclusive FAPI;
II - os rendimentos, no caso
de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência.
Parágrafo único. O
disposto neste artigo não se aplica na hipótese de opção pelo regime de tributação
previsto nos arts. 1º e 2º desta Lei.
Art. 4º A
partir de 1º de janeiro de 2005, a dedução das contribuições da
pessoa jurídica para seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência fica
condicionada, cumulativamente:
I - ao limite de que trata o
§ 2º do art. 11 da Lei nº
9.532, de 10 de dezembro de 1997, com a redação dada pela Lei nº
10.887, de 18 de junho de 2004; e
II - a que o seguro seja
oferecido indistintamente aos empregados e dirigentes.
Art. 5º A
partir de 1º de janeiro de 2005, ficam dispensados a retenção na fonte
e o pagamento em separado do imposto de renda sobre os rendimentos e ganhos auferidos nas
aplicações de recursos das provisões, reservas técnicas e fundos de planos de
benefícios de entidade de previdência complementar, sociedade seguradora e FAPI, bem
como de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência.
Parágrafo
único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo aos fundos administrativos
constituídos pelas entidades fechadas de previdência complementar e às provisões,
reservas técnicas e fundos dos planos assistenciais de que trata o art. 76 da Lei Complementar nº
109, de 29 de maio de 2001. (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
Art. 6º Os
fundos de investimento cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou inferior a
365 (trezentos e sessenta e cinco) dias sujeitam-se à incidência do imposto de renda na
fonte, por ocasião do resgate, na forma do disposto neste artigo.
§ 1º A
carteira de títulos a que se refere o caput deste artigo é composta por títulos
privados ou públicos federais, prefixados ou indexados à taxa de juros, a índices de
preço ou à variação cambial, ou por operações compromissadas lastreadas nos
referidos títulos públicos federais e por outros títulos e operações com
características assemelhadas, nos termos a serem regulamentados pelo Ministro de Estado
da Fazenda.
§ 2º Os
rendimentos referidos no art. 1º da Medida
Provisória nº 206, de 6 de agosto de 2004, quando auferidos em
aplicações nos fundos de investimento referidos no caput deste artigo, sujeitam-se ao
imposto sobre a renda na fonte, por ocasião do resgate, às seguintes alíquotas:
I - 22,5% (vinte e dois
inteiros e cinco décimos por cento), em aplicações com prazo de até 6 (seis) meses;
II - 20% (vinte por cento),
em aplicações com prazo acima de 6 (seis) meses.
§ 3º Em
relação aos fundos de que trata o caput deste artigo, sobre os rendimentos tributados
semestralmente com base no art. 3º da Lei nº
10.892, de 13 de julho de 2004, incidirá a alíquota de 20% (vinte por cento) e no
resgate das quotas será aplicada alíquota complementar àquela prevista no inciso I do
§ 2º deste artigo, se o resgate ocorrer no prazo de até 6 (seis)
meses.
§ 4º No
caso de aplicações existentes em 31 de dezembro de 2004, em relação aos rendimentos
produzidos em 2005, os prazos a que se referem os incisos I e II do § 2º
deste artigo serão contados a partir:
I - de 1º
de julho de 2004, no caso de aplicação efetuada até a data da publicação desta Lei; e
II - da data da aplicação,
no caso de aplicação efetuada após a data da publicação desta Lei.
§ 5º É
sujeito à tributação na forma deste artigo o fundo de investimento a que se refere o art. 1º da Medida Provisória nº
206, de 2004, se ele tiver sua carteira constituída por títulos com prazo médio
igual ou inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 6º Não
se aplica o disposto no § 5º deste artigo se, a cada ano-calendário, a
carteira do fundo de investimento for constituída por títulos com prazo médio igual ou
inferior a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias por até 3 (três) períodos e o total
dos dias dos períodos for igual ou inferior a 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 7º Na
hipótese mencionada no § 5º deste artigo, o quotista terá seus
rendimentos tributados na forma prevista no art. 1º
da Medida Provisória nº 206, de 2004, até o dia imediatamente
anterior ao da alteração de condição, sujeitando-se os rendimentos auferidos a partir
de então à tributação prevista no § 2º deste artigo.
§ 8º O
disposto neste artigo não se aplica aos fundos e clubes de investimento em ação, aos
quais se aplicam as disposições específicas da Medida
Provisória nº 206, de 2004.
§ 9º A
Secretaria da Receita Federal regulamentará a periodicidade e a metodologia de cálculo
do prazo médio a que se refere este artigo.
Art. 7º
São mantidas todas as demais regras que disciplinam a incidência do imposto de renda nas
hipóteses dos fatos geradores previstos nesta Lei, inclusive as relativas aos limites e
às condições para as deduções da base de cálculo do imposto, das contribuições
feitas por pessoa física ou jurídica, bem como a isenção a que se refere o caput do art. 6º do Decreto-Lei nº
2.065, de 26 de outubro de 1983.
Art. 8º
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º
de janeiro de 2005.
Art. 9º São revogados, a partir de 1º de janeiro de 2005,
a Medida Provisória nº 2.222, de 4 de setembro de 2001, o art.
4º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, e a Lei nº 10.431, de 24 de abril de 2002.
Brasília, 29 de dezembro de
2004; 183º da Independência e 116º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio Palocci Filho