O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 1o da Lei
no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar
acrescido do inciso XII, com a seguinte redação:
"Art. 1o ......................................................
...................................................................
XII - incrementar,
em bases econômicas, sociais e ambientais, a participação dos biocombustíveis
na matriz energética nacional." (NR)
Art. 2o Fica introduzido o biodiesel na matriz energética
brasileira, sendo fixado em 5% (cinco por cento), em volume, o percentual
mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado
ao consumidor final, em qualquer parte do território nacional.
§ 1o O prazo para aplicação do disposto no caput
deste artigo é de 8 (oito) anos após a publicação desta Lei, sendo de
3 (três) anos o período, após essa publicação, para se utilizar um percentual
mínimo obrigatório intermediário de 2% (dois por cento), em volume.
§ 2o Os prazos para atendimento do percentual mínimo
obrigatório de que trata este artigo podem ser reduzidos em razão de
resolução do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE, observados
os seguintes critérios:
I - a disponibilidade de oferta de matéria-prima e a capacidade industrial
para produção de biodiesel;
II - a participação da agricultura familiar na oferta de matérias-primas;
III - a redução das desigualdades regionais;
IV - o desempenho dos motores com a utilização do combustível;
V - as políticas industriais e de inovação tecnológica.
§ 3o Caberá à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis - ANP definir os limites de variação admissíveis para
efeito de medição e aferição dos percentuais de que trata este artigo.
§ 4o O biodiesel necessário
ao atendimento dos percentuais mencionados no caput deste artigo
terá que ser processado, preferencialmente, a partir de matérias-primas
produzidas por agricultor familiar, inclusive as resultantes de atividade
extrativista. (Incluído pela Lei nº 11.116, de 2005)
Art. 3o O inciso IV do art. 2o
da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 2o .........................................................
..............................................................
IV - estabelecer
diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás natural,
do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia
solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes
alternativas;
............................................................"
(NR)
Art. 4o O art. 6o da Lei no
9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar acrescido dos incisos
XXIV e XXV, com a seguinte redação:
"Art. 6o .........................................................
.................................................................
XXIV -
Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para
uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para
outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou
totalmente combustíveis de origem fóssil;
XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável
para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão
ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia,
que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem
fóssil." (NR)
Art. 5o O
Capítulo IV e o caput do art. 7o da Lei no
9.478, de 6 de agosto de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação:
"CAPÍTULO IV
DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO,
GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS
................................................................
Art. 7o
Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíves - ANP, entidade integrante da Administração Federal
Indireta, submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador
da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis,
vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
...................................................................."
(NR)
Art. 6o O art. 8o da Lei no
9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 8o
A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e
a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria
do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe:
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional
de petróleo, gás natural e biocombustíveis, contida na política
energética nacional, nos termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase
na garantia do suprimento de derivados de petróleo, gás natural
e seus derivados, e de biocombustíveis, em todo o território nacional,
e na proteção dos interesses dos consumidores quanto a preço, qualidade
e oferta dos produtos;
...............................................................
VII - fiscalizar
diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e do Distrito
Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, do
gás natural e dos biocombustíveis, bem como aplicar as sanções administrativas
e pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;
...............................................................
IX - fazer
cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo,
gás natural, seus derivados e biocombustíveis e de preservação do
meio ambiente;
...............................................................
XI - organizar
e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às
atividades reguladas da indústria do petróleo, do gás natural e
dos biocombustíveis;
...............................................................
XVI - regular
e autorizar as atividades relacionadas à produção, importação, exportação,
armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização
de biodiesel, fiscalizando-as diretamente ou mediante convênios
com outros órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios;
XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas
às operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento,
tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem,
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de
produtos sujeitos à sua regulação;
XVIII - especificar a qualidade dos derivados de petróleo, gás
natural e seus derivados e dos biocombustíveis." (NR)
Art. 7o A alínea d do inciso I e a alínea f do inciso
II do art. 49 da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997,
passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 49. .........................................................
I - ......................................................................
...............................................................
d) 25% (vinte
e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para financiar
programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento tecnológico
aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis;
II - ................................................................
...................................................................
f) 25%
(vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia,
para financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento
tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e
dos biocombustíveis.
.........................................................."
(NR)
Art. 8o O § 1o do art. 1o
da Lei no 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o .......................................................
§ 1o
O abastecimento nacional de combustíveis é considerado de utilidade
pública e abrange as seguintes atividades:
I - produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento,
processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem,
distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade
e certificação do petróleo, gás natural e seus derivados;
II - produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem,
distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade
e certificação do biodiesel;
III - comercialização, distribuição, revenda e controle de qualidade
de álcool etílico combustível.
..............................................................
(NR)
Art. 9o Os incisos II, VI, VII, XI e XVIII do art.
3o da Lei no 9.847, de 26 de outubro
de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 3o ..........................................................
.......................................................
II - importar,
exportar ou comercializar petróleo, gás natural, seus derivados
e biocombustíveis em quantidade ou especificação diversa da autorizada,
bem como dar ao produto destinação não permitida ou diversa da autorizada,
na forma prevista na legislação aplicável:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco
milhões de reais);
............................................................
VI - não apresentar,
na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável ou, na
sua ausência, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, os documentos
comprobatórios de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento,
tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem,
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de
petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais);
VII - prestar declarações ou informações inverídicas, falsificar,
adulterar, inutilizar, simular ou alterar registros e escrituração
de livros e outros documentos exigidos na legislação aplicável,
para o fim de receber indevidamente valores a título de benefício
fiscal ou tributário, subsídio, ressarcimento de frete, despesas
de transferência, estocagem e comercialização:
Multa - de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a R$ 5.000.000,00
(cinco milhões de reais);
...........................................................
XI - importar,
exportar e comercializar petróleo, gás natural, seus derivados e
biocombustíveis fora de especificações técnicas, com vícios de qualidade
ou quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade com
as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem,
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco
milhões de reais);
.................................................................
XVIII -
não dispor de equipamentos necessários à verificação da qualidade,
quantidade estocada e comercializada dos produtos derivados de petróleo,
do gás natural e seus derivados, e dos biocombustíveis:
Multa - de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta
mil reais)." (NR)
Art. 10. O art. 3o da Lei no 9.847,
de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso
XIX:
"Art. 3o ..........................................................
.................................................................
XIX - não
enviar, na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável,
as informações mensais sobre suas atividades:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um
milhão de reais)." (NR)
Art. 11. O art. 5o da Lei no 9.847,
de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 5o
Sem prejuízo da aplicação de outras sanções administrativas, a fiscalização
poderá, como medida cautelar:
I - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos
utilizados se ocorrer exercício de atividade relativa à indústria
do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis sem a
autorização exigida na legislação aplicável;
II - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos
utilizados diretamente no exercício da atividade se o titular, depois
de outorgada a autorização, concessão ou registro, por qualquer
razão deixar de atender a alguma das condições requeridas para a
outorga, pelo tempo em que perdurarem os motivos que deram ensejo
à interdição;
III - interditar, total ou parcialmente, nos casos previstos nos
incisos II, VI, VII, VIII, IX, XI e XIII do art. 3o
desta Lei, as instalações e equipamentos utilizados diretamente
no exercício da atividade outorgada;
IV - apreender bens e produtos, nos casos previstos nos incisos
I, II, VI, VII, VIII, IX, XI e XIII do art. 3o
desta Lei.
..............................................................."
(NR)
Art. 12. O art. 11 da Lei no 9.847, de 26 de outubro
de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V:
"Art. 11.
A penalidade de perdimento de produtos apreendidos na forma do art.
5o, inciso IV, desta Lei, será aplicada quando:
................................................................
V - o produto
apreendido não tiver comprovação de origem por meio de nota fiscal.
...................................................................."
(NR)
Art. 13. O caput do art. 18 da Lei no 9.847, de 26
de outubro de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 18.
Os fornecedores e transportadores de petróleo, gás natural, seus
derivados e biocombustíveis respondem solidariamente pelos vícios
de qualidade ou quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade
com as indicações constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem,
que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor.
................................................................."
(NR)
Art. 14. O art. 19 da Lei no 9.847, de 26 de outubro
de 1999, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 19.
Para os efeitos do disposto nesta Lei, poderá ser exigida a documentação
comprobatória de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento,
tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem,
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização dos
produtos sujeitos à regulação pela ANP." (NR)
Art. 15. O art. 4o da Lei no 10.636,
de 30 de dezembro de 2002, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso
VII:
"Art. 4o ..........................................................
....................................................................
VII - o
fomento a projetos voltados à produção de biocombustíveis, com foco
na redução dos poluentes relacionados com a indústria de petróleo,
gás natural e seus derivados.
.................................................................."
(NR)
Art. 16. (VETADO)
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 13 de janeiro de 2005; 184o da Independência
e 117o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Dilma Vana Rousseff
Publicado
no D.O.U. de 14.1.2005
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