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NÓS NOS CALAMOS UM POUCO, BEBEMOS UM POUCO DE CERVEJA ... |
Nós nos calamos um pouco, bebemos um pouco de cerveja, e depois eu observei: — O teu modo de matar-te não é violento, é suave. Estás a afogar-te em cerveja e é pena que não tenhas quinhentos contos, porque nunca te matarias. — Não. Quando o dinheiro acabasse, era fatal. — Zás, para o necrotério na miséria; e então? — E verdade... Continuava a viver. Rimo-nos um pouco do encaminhamento que a nossa palestra tomava. Pagamos a despesa, apertamos a mão ao Adolfo, dissemos duas pilhérias ao Quincas e saímos. Na rua, os bondes passavam com estrépido; homens e mulheres se agitavam nas calçadas; carros e automóveis iam e vinham... A vida continuava sem esmorecimentos, indiferente que houvesse tristes e alegres, felizes e desgraçados, aproveitando a todos eles para o seu drama e a sua complexidade. Lima Barreto |
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