![]() |
![]() |
V E foi-se... E inda hoje nas horas errantes ... |
V E foi-se... E inda hoje nas horas errantes, Que os cedros farfalham, que ruge o tufão, E os lábios da noite murmuram nas selvas E a onça vagueia no vasto sertão. Se passa o tropeiro nas ermas devesas, Caminha medroso, figura-lhe ouvir O infrene galope d’Espectro soberbo, Com um grito de glória na boca a rugir. Que importa se o túm’lo ninguém lhe conhece? Nem tem epitáfio, nem leito, nem cruz?... Seu túmulo é o peito do vasto universo, Do espaço — por cúpula — as conchas azuis!... ... Mas contam que um dia rolara o oceano Seu corpo na praia, que a vida lhe deu... Enquanto que a glória rolava sua alma Nas margens da história, na areia do céu!... Recife, maio de 1865 |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |