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I Resvala em fogo o sol dos montes sobre a espalda, E lustra o dorso nu da índia americana ... |
I Resvala em fogo o sol dos montes sobre a espalda, E lustra o dorso nu da índia americana... Na selva zumbe entanto o inseto de esmeralda, E pousa o colibri nas flores da liana. Ali — a luz cruel, a calmaria intensa! Aqui — a sombra, a paz, os ventos, a cascata... E a pluma dos bambus a tremular imensa... E o canto de aves mil... e a solidão ... e a mata... E a hora em que, fugindo aos raios da esplanada, A indígena, a gentil matrona do deserto Amarra aos palmeirasis a rede mosqueada, Que, leve como um berço, embala o vento incerto... Então ela abandona-lhe ao beijo apaixonado A perna a mais formosa — o corpo o mais macio, E, as pálpebras cerrando, ao filho bronzeado Entrega um seio nu, moreno, luzidio. Porém dentre os espatos esguios do coqueiro, Do verde gravatá nos cachos reluzentes, Enrosca-se e desliza um corpo sorrateiro E desce devagar pelos cipós pendentes. E desce... e desce mais... à rede já se chega... Da índia nos cabelos a longa cauda some... Horror! aquele horror ao peito eis que se apega! A baba — quer o leite! — A chaga — sente fome! O veneno — quer mel! — A escama quer a pele! Quer o almíscar — perfume! — O imundo quer — o belo! A língua do reptil — lambendo o seio imbele!... Uma cobra — por filho... Horrível pesadelo!... |
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