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- Realmente, com um pouco de "toilette", cada qual faz o seu
cheiro.
- Não! não é isso. Talvez pela toilette e a perfumaria sejam-me
indiferentes as formosas mulheres que deixam rastilhos de perfumes
industriais e parecem feitas para os retratos de Helleu ou do Amoedo.
Não as amo, porque, maceradas de essências, com os vestidos
pulverizados de perfumes, a boca lavada por águas e pós brilhantes,
os lábios carminados, a face empoada, são como os manequins da
Moda. O cheiro é a alma dos seres. Elas afogam a alma no
artificial para encantar os simples, os brutais. Os meus instintos
gelam-se, morrem em frente dessas baiadeiras mascaradas com a máscara
transparente de outros cheiros. Houve um silêncio pesado.
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